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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Marmorizados

















Em construções que possuem uma arquitetura antiga e valiosa a necessidade de conservação e restauração é tarefa constante e imprescindível para garantir a preservação desses bens que testemunham nossa história , cultura e tradição.



Um dos primeiros passos é o trabalho de pesquisa, levantamento histórico, testes e prospecções estratigráficas (aberturas feitas nas paredes, esquadrias, molduras e outros ornamentos aplicados a arquitetura, com a finalidade de revelar a pintura original e outras e descobrir detalhes como por exemplo o período em que foram executadas). Através desses trabalhos conseguimos resgatar cores, pinturas, douramentos e outros acabamentos artísticos que por vezes se encontram escondidos sob várias camadas de tinta.




Após a confirmação da existência de uma pintura original que apresente um estado de conservação razoável, que justifique sua recuperação, a próxima etapa é a decapagem (remoção mecânica ou química das camadas de tinta não originais geralmente feitas com uso de soprador térmico e bisturi cirúrgico), limpeza, fixação, emassamento, nivelamento, reintegração cromática e aplicação de verniz final.


Em alguns dos nossos prédios tombados, em todos os estados brasileiros, encontramos exemplares de uma técnica muito utilizada no século XIX e início do século XX, como alternativa mais simples e de menos custo para substituir mármores raros. Trata-se da “pintura marmorizada” ou “faux marble”. Usa-se a expressão francesa “Trompe L’Oeill” que significa “enganar os olhos”, para designar todo tipo de pintura ilusionista, e a imitação de mármore se inclui nessa categoria.

Na cidade do Rio de Janeiro, podemos citar alguns locais onde esta técnica pode ser apreciada, pois já foram devidamente restaurados. Os prédios do Museu da República, Clube Naval, Museu de Belas Artes, Supremo Tribunal de Justiça, a Biblioteca Nacional, entre outros.

Na Europa são tantos os palácios, museus e construções de uso público ou particular que poderiam ser citados como exemplo, que seria difícil enumerá-las. Na Itália, especialmente, a marmorização tomou grande vulto. O Palazzo Spinelli promove cursos de especialização de pintura marmorizada e escaiola (técnica de marmorização feita com a pigmentação na própria massa) Dali saíram vários profissionais , que executam com maestria esse ofício.
















É interessante observar que, ao despertar a atenção das pessoas para a beleza dessas técnicas antigas e ofícios já quase esquecidos, obtém-se como resultado uma preocupação coletiva com a preservação do nosso patrimônio. Isso é muito positivo, pois a responsabilidade cabe a todos nós.
O vandalismo e o descaso são grandes fatores de degradação das obras de arte.



A sua preservação, seja ela de função artística ou utilitária, é um trabalho inesgotável e gratificante.
Inesgotável, visto que a restauração deve ser sempre acompanhada pela conservação constante. Gratificante, pois, ao restaurar, contribuímos para o resgate da memória da nossa história e cultura, e de uma certa forma para o sonho de eternidade que todo ser humano acalenta.

2 comentários:

Unknown disse...

Bom dia ,Ana parabéns pelo seus trabalhos maravilhosos.atuo na mesma area faço pesquisa constantimente referente á píntura marmorizada adoro conhecer pessoas que tém conhecimento desta técnica q na minha opinião muito pouco esplorada.gostaria de trocar ideias com vc para q eu possa aprimorar minha técnica.
meu blog: aokadecoracoes.blogspot.com

um abraço e boa sorte.

Unknown disse...

Olá Ana Eliza. Gostei do seu texto, curto porém esclarecedor. Faço marmorização desde 1996 e pretendo estudar na Itália. Vou procurar essa escola q v citou. Veja meus trabalhos no http://www.facebook.com/pages/Pinturas-Decorativas-Thelma-Shuna/187220031304574

Obrigada e sucesso,
Thelma Shuña